Milan 4-0 Arsenal: O melhor Milan desde a UCL 06/07

Ibrahimovic enfim decidiu um jogo de Liga dos Campeões. Com um gol e duas assistências, o sueco mando um "Chupa" aos críticos e deitou e rolou nos 4-0 dos rossoneri contra o Arsenal 
Era a partida mais aguardada dessas oitavas de final da UCL 2011/2012, graças a política de Michel Platini de incluir alguns times de qualidade duvidosa na competição. Mas isso é outra crítica. Quem esperava ver um belo duelo entre forças opostas no que tange a filosofia de futebol, saiu feliz por ter contemplado o melhor Milan em competições europeias desde os 3 x  0 contra o Manchester United, no mesmo San Siro, na edição 2006/2007 da UEFA Champions League (palavras de Adriano Galliani).

Todos que acompanham a Serie A sabem que o gramado do San Siro (Meazza para os interistas) nunca foi grandes coisas. Ainda mais nessa onda de frio que vem castigando a Itália. Dito isso, aos times.

O Milan, vindo de uma vitória na Udinese, pela Serie A, ganhou ânimo e, mais importante ainda, ganhou o retorno de Kevin Prince Boateng ao time titular, desde o primeiro minuto. Os recuperados Alexandre Pato e Alessandro Nesta também foram incluídos na lista de convocados, e ficaram no banco durante a partida. Assim, com peças importantes retornando e, principalmente, com um Ibrahimovic descansado, já que cumpre suspensão no campeonato italiano, Allegri escalou o seu 4-3-1-2 com Ibra e Robson na frente; Boateng de trequartista, Seedorf e Nocerino como volantes pelos lados e Van Bommel primeiro volante.
                
O contestado Arsene Wenger, técnico do Arsenal, também teve baixas para essa partida, como a do zagueiro Mertesacker e Wilshere, meio campista inglês lesionado há um tempo. Ao contrário do que todos esperavam, incluindo Allegri e a imprensa italiana, o Le Boss Gunner deixou The OX, principal destaque, ao lado de Robin Van Persie, do time na English Premier League no banco, preferindo escalar Rosicky. Assim, abrindo mão de jogadas pelas laterais do campo (em péssimo estado), o Arsenal subiu ao campo, em um 4-2-3-1: Van Persie era centro-avante, Walcott e Rosicky wingers e Ramsey meia. Arteta foi recuado para jogar ao lado de Song como volante.

O time inglês foi a campo de amarelo. E isso resume bem a partida. Apático e lentro, o Arsenal deixou o time anfitrião jogar da maneira que mais era indicado quando se tem Prince Boateng em campo, o contra-ataque. Assim, aproveitando uma saída de bola errada do time inglês, Nocerino roubou a bola e cruzou na medida para o Prince dominar no peito e acertar um chute inapelável, abrindo o placar, aos 15 minutos, e fazendo a curva sud, e todos os outros torcedores do Milan, entrarem em êxtase.

E, ao invés de acordar na partida, o Arsenal se encolheu mais ainda, e errou também. Novamente pressionando a saída de bola inglesa, e a retomando, Ibrahimovic foi lançado pelo lado esquerdo da mal posicionada defesa gunner, entrou na área e cruzou para Robinho, de cabeça, marcar, aos 38 minutos, o seu primeiro gol na partida, e fechar o placar no primeiro tempo.

Para a segunda etapa, o camisa 14 atual do Arsenal, Theo Walcott, deu lugar ao lendário camisa 14, atual #12, Thierry Henry, que fez sua despedida do time londrino hoje, já que seu empréstimo (cedido pelo New York Red Bulls) terminou. Para ser sincero, sua entrada não fez diferença. O Milan continuou dominando a partida, mesmo sem a bola. Em novo ataque, novamente Ibrahimovic, novamente pelo lado esquerdo, tocou, novamente, para Robinho que, aproveitando um escorregão ridículo de Vermaelen, arrematou para o gol de Szczesny, o impronunciável, e marcou, aos 49 minutos, anotando sua doppietta europeia.

A partir daí, o Milan tirou um pouco a velocidade do jogo e Arsene Wenger tentou responder, colocando Alex Oxlade-Chamberlain ( The OX), em campo, no lugar de Gibbs. Adivinha? A apatia gunner continuou e, exceção feita a dois chutes de Van Persie, aos 63 e 66 minutos, muito bem defendidos por Abbiati, nada mudou no reino do canhão inglês. Aos 70 minutos de partida, Allegri demonstrou uma variação em seu esquema, ao substituir Boateng por Ambrosini e abrir o Milan em um 4-4-2 ortodoxo: Robinho e Ibra na frente, Emanuelson e Nocerino eram wingers, Ambrosini e Van Bommel volantes centrais.

O último gol da partida foi marcado pelo dono do jogo. Mas de forma criticável. O inexperiente assoprador de apitos Viktor Kassai caiu na encenação de Ibrahimovic, que fingiu ser derrubado por Djourou (que havia entrado no lugar do contundido Koscielny). Penal marcado, penal convertido. No final do jogo, Pato (que entrou no lugar de Robinho) e Emanuelson perderam, cada um, uma chance clara para ampliar o placar.

Não se deve comemorar a classificação quase certa para as quartas de final da UCL, e sim a atuação e o resultado. Esse jogo foi o da meia-verdade, pois nem o Milan é tão bom, nem o Arsenal é tão ruim. Ao torcedor milanista, sobram motivos para comemorar nessa quarta feira, já que a Juventus empatou com o Parma, em partida que havia sido adiada, e permaneceu na segunda colocação, atrás do rossonero por um ponto, mas com um jogo a menos.

Destaques, lógico, para as atuações magistrais de Ibrahimovic, Boateng e Robinho, no ataque, e Abbiati e Thiago Silva, ou “Diavolo Silva”, como ele será chamado de aqui por diante. Antonini (marcou bem e apareceu bastante no ataque), Mexes (tirou todas!), Van Bommel (leão na defesa) e Emanuelson (velocidade pura nos contra-ataques) tiveram atuações surpreendentemente boas.

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