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Kroos adentra a área do time italiano em falha clara de sua defesa e faz o primeiro gol: o San Paolo se calou momentaneamente. |
O jogo antes mesmo de começar já foi emocionante. Isso porque o San Paolo, estádio do Napoli, estava lotado e com sua torcida fazendo uma linda festa. Um festa recheada de esperança de vitória e liderança. Esperança esta, que diminui bruscamente quando, após cruzamento da direita, Kroos penetrou na área do time italiano com surpreendente facilidade, e bateu rasteiro no canto de De Sanctis, para abrir o placar, logo aos dois minutos de partida. Foi o suficiente para calar quase todo o estádio por um tempo. Até porque a defesa do time da casa estava em tarde nada iluminada. Muito pelo contrário, tudo dava errado. O ataque também não empolgava, passou muito tempo errando muito, e mesmo com toda a garra de Cavani, finalizava muito pouco. Mas uma leve melhora do setor ofensivo fez a torcida voltar a se animar.
E uma prova concreta de que o time não finalizava foi que o gol não saiu em uma finalização propriamente dita. O tento napolitano veio após bela jogada do meia direito Christian Maggio, que, após receber passe de Inler, cruzou rasteiro para o meio e viu um jogador adversário completando para o fundo das redes. Holger Badstuber, defensor dos bávaros desviou no contrapé do goleiro Neuer, e acabou com seu jejum de mais de 1100 minutos sem tomar gols. E o 1 a 1 permaneceu até o intervalo.
Logo no começo da segunda etapa, ficou clara a intenção do Bayern: atacar, e também a do Napoli: defender e buscar os contra ataques. Mas a pressão dos alemães rapidamente surtiu um efeito que parecia irreversível. Após chute de Gomez, a bola bateu no braço de Cannavaro e o árbitro assinalou pênalti. Mais uma vez pôde se ver o estádio inteiro calado, mas dessa vez, tomado pela apreensão. O mesmo Mario Gomez que dera o arremate que encontrou o braço do zagueiro napolitano partiu para a cobrança. E a apreensão dos torcedores se transformou em alegria incondicional ao ver o goleiro Morgan De Sanctis pular em seu canto direito para pegar (e não largar) o pífio chute do "Super Mario".
A partir daí, a pressão continuou sendo bávara, com raros momentos de ataque dos partenoppei. Mas a defesa, ao contrário do que acontecera no primeiro tempo, não comprometeu, e o resultado seguiu o mesmo. O resultado tecnicamente ruim já não importava mais para a torcida, que só comemorava a estrela de seu goleiro, enquanto o time e o técnico tentavam assegurar um empate improvável, devido aos acontecimentos da peleja.
Foi mais um jogo histórico de uma campanha para ser lembrada para sempre pelo torcedor napolitano, independente dos resultados, já que o time voltou depois de muito tempo à competição e está se saindo (e deve se sair) muito bem no grupo mais difícil desta edição. Somente um adjetivo pode descrever o jogo e suas emoções: ÉPICO.
