
Por Arthur Barcelos
Castiga mesmo. Sem dó, nem piedade. Às vezes para o bem, às vezes para mal. Dependendo de como o castigado interpretar. Em casa a Roma de Luis Enrique massacrou a Internazionale de Claudio Ranieri, apresentando um bom futebol.
Castiga mesmo. Sem dó, nem piedade. Às vezes para o bem, às vezes para mal. Dependendo de como o castigado interpretar. Em casa a Roma de Luis Enrique massacrou a Internazionale de Claudio Ranieri, apresentando um bom futebol.
Sem opções de criatividade no meio (Sneijder e Álvarez estão machucados), Ranieri optou pela manutenção de seu 4-4-2 em linha, recheado de laterais e volantes. Consequentemente, o time não criava nada para sua boa dupla de atacantes, Pazzini-Milito, que recebiam apenas “bolas quadradas”, geralmente em chutões dos defensores. Tanto que na primeira etapa foram apenas duas finalizações, uma de cada atacante, todas se perigo para Stekelenburg. Resumindo: em todos os aspectos, defensiva, ofensiva e taticamente a Inter ficou bem abaixo da média.
Se a Inter ficou abaixo da média, a Roma aproveitou e dominou a partida sem muitas dificuldades, e os gols saíram naturalmente. Luis Enrique, ex-técnico do Barcelona B, sempre tenta implantar a filosofia de jogo blaugrana, às vezes dá certo, às vezes não. Até porque é uma filosofia bem distante da escola italiana. No 4-3-3 (que por vezes se transformava num 3-4-3), o time fez aquilo que o time de Guardiola costuma fazer sempre: marcação pressão, valorização da posse de bola e movimentação constante. Outro ponto “importado” foi a função desempenhada por Totti: “falso nove“. Claro, o veterano meia-atacante não desempenhou a função com a mesma intensidade de Messi, porém foi decisivo para o placar ser construído. Aproveitando de sua excelente noção de posicionamento, passe refinado e claro, a genialidade, deitou e rolou no espaço entre as duas linhas de quatro homens adversária (assim como fez Messi contra o Manchester United, na final da Champions League 2010/11).
A Roma abriu 2-0 ainda na primeira etapa. Primeiro com Juan, após escanteio batido por Totti. Posteriormente, com Borini, após passe de Pjanic.
No segundo tempo, Ranieri promoveu duas mudanças na Inter: Samuel (lesionado) por Córdoba; Pazzini por Poli. Com um volante a mais, reposicionou a equipe no 4-5-1. O que não funcionou muito bem. Já que desde os minutos iniciais da etapa complementar o time da capital continuava dominando com sua proposta de jogo. Tanto que o terceiro gol saiu logo no início, com Borini, após excelente lançamento de Juan (e não chutão, como fizeram os defensores da Inter).
Luis Enrique então aproveitou o 3-0 para promover mudanças em seu time, colocando Fábio Simplício (Gago), Bojan (Lamela) e Piscitella (Borini), mas sem alterar o sistema tático e a proposta de jogo. Enquanto Ranieri apenas colocou Faraoni (Maicon), mantendo o 4-5-1, que não tinha poder de reação.
Os giallorossi ainda fizeram o quatro, com Bojan, após cruzamento do jovem Piscitella, o catalão fez o que quis entre Lúcio, Córdoba e Poli.
A Inter agora não vence a quatro jogos (Serie A e Coppa Italia), desses, foram três derrotas (0-2 Napoli, 0-1 Lecce e 0-4 Roma) e mais um detalhe, todas foram fora de casa. Enquanto, durante a sequência de sete vitórias, cinco foram no Giuseppe Meazza (2-0 Fiorentina, 4-1 Lecce, 5-0 Parma, 1-0 Milan e 2-1 Lazio). Será que os tifosi estão fazendo falta? Se sim ou não, não temos certeza. Mas que a defesa nerazzurra voltou a falhar como na “Era Gasperini”, ah!, isso ela voltou.
O castigado foi dado, se Ranieri irá manter seu estilo de jogo, pragmático, isso só saberemos nos próximos capítulos.
