(In)abalado

Por João Pedro Almeida (@tdsobreocalcio)
Neste domingo, o Napoli foi a Údine para enfrentar a Udinese no Estádio Friuli. Vindo de uma eliminação inesperada e traumática na UEFA Champions League e com uma série de desfalques, os napolitanos temiam pelo pior. Mesmo levando em conta que o time da casa jogava sem cinco titulares, o mais ressaltado era que Lavezzi e Hamsik estavam sendo poupados, enquanto Maggio estava machucado.

Com todas as adversidades, os partenopei foram a campo em um 3-4-1-2 no qual Dzemaili cumpria o papel que Hamsik costuma cumprir. Ele era o responsável por munir a dupla de ataque formada por Pandev e Cavani. Seu adversário também jogava em um esquema de três zagueiros. Um 3-5-1-1 com Di Natale, vice artilheiro do campeonato, mais na frente e, como sempre, jogando bem.

Contudo, quem se aproveitou de um Napoli abalado psicologicamente foi Pinzi, que abriu o placar aos vinte e seis minutos. O efeito da derrota do meio de semana era perceptível e a Udinese passou a ficar bem melhor na partida. Porém, o primeiro tempo terminou deste jeito, com um a zero no placar.

Mesmo perdendo, o time visitante não demonstrou grande poder de reação e viu Di Natale fazer a diferença e ampliar a vantagem dos bianconeri. Com a iminente derrota, o técnico Walter Mazzarri resolveu mexer no time. Colocou o até então poupado Hamsik na vaga de Gargano, recuando o suíço Dzemaili e deixando o eslovaco na posição onde o suíço estava. Com isso, o meio ficou com a dupla suíça Inler e Dzemaili, deixando Hamsik munindo a dupla ofensiva formada por Cavani e Pandev.

Dez minutos depois da primeira substituição, Mazzarri tirou o zagueiro Britos para promover a entrada do meia atacante chileno Eduardo Vargas para deixar a equipe em um 4-2-3-1 em que os laterais cumpriam a função de alas, formando um ousado "2-4-3-1". O próprio Vargas participava de um trio de meias juntamente com Pandev e Hamsik, deixando Cavani isolado. Todavia, ao contrário do que parece, o motivo da alteração não foi somente a desvantagem no placar.

No intervalo de tempo entre uma substituição e outra, algo que mudaria o rumo do jogo aconteceu: o atacante Fabrinni, da Udinese, foi expulso e o técnico Francesco Guidolin optou por manter o time da mesma forma. Além do mais, pouco depois, Guidolin ainda tirou Di Natale, diminuindo muita o poderio ofensivo de seu time.

O técnico dos friuli é um dos melhores da Itália, mas falhou feio neste jogo. Com suas mudanças, o Napoli passou a ir para cima e, o time abalado psicologicamente que atuou na primeira etapa deu lugar a um time guerreiro e rápido, que parecia ter esquecido a derrota diante do Chelsea.

Uma das consequências foi um pênalti (discutível) marcado a favor dos azzurri. Cavani foi para a bola e bateu muito mal, no meio do gol, deixando o ótimo goleiro esloveno Samir Handanovic fazer a defesa. Porém, o time parecia inabalável e, nem o pênalti desperdiçado mexeu nos brios da equipe.

Não foi a toa que o próprio Cavani, que batera bisonhamente o penal, bateu uma falta espetacular para diminuir a vantagem. Pouco depois, o mesmo jogador que desperdiçara uma cobrança, novamente mostrou-se inabalado e empatou a partida, deixando-a com um teor dramático e ressaltando sua garra, tipicamente uruguaia.

Após os dois gols, a situação se reverteu: o Napoli foi ao ataque em busca de uma virada espetacular e quase conseguiu. Não fosse por um detalhe: o tempo.

Mesmo com o empate, o time seguiu em quarto, a um ponto da Lazio, terceira colocada. Durante o jogo, se mostrou bipolar: no começo abalado, no final, nem um pouco.

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