Mais perto do que nunca

Se pudéssemos retornar ao primeiro turno da Serie A, mais exatamente na 8ª giornata, no dia 23 de Outubro de 2011, poderíamos ver que o estádio Via del Mare, casa do Lecce, foi testemunha de umas das maiores partidas já disputadas por aquele gramado: a fantástica virada do visitante Milan, claudicante aquela época, com direito a tripletta de Boateng. Agora, pela 27ª giornata, no San Siro, a partida de volta mostrou o quanto o líder do campeonato encorpou.

Após a sapatada oferecida pelo Arsenal e a declaração, de Adriano Galliani, que o uniforme preto, bem bonito, na minha opinião, deve ser substituído pelo retorno do amarelo (utilizado até por Franco Baresi, na temporada 95/96), foi reconfortante ao Milan o retorno aos seus domínios. Massimiliano Allegri, sem poder contar com um batalhão de contundidos e Mexes, suspenso, arrumou o querido 4-3-1-2, trajando o primeiro uniforme, com Antonini na lateral esquerda, já que Mesbah não deixou um boa impressão em sua estreia na UCL e Thiago “Diavolo” Silva no comando da defesa.

Ao Lecce, do técnico Cosmi, restava se apoiar no goleiro Benassi, no meia Giacomazzi e torcer para que Bojinov e Muriel aproveitassem alguma possível falha de Bonera na zaga milanista. O time visitante foi a campo em um 3-5-2, contando ainda com Oddo, ex-lateral do Milan e da Azzurra, na ala direita. Diz a lenda em San Siro que ele, na tentativa de um cruzamento, decapitou um pombo que estava confortavelmente pousado na cobertura do estádio.

O começo da partida foi de tirar o fôlego. O anfitrião rossonero imprimiu uma velocidade enorme na retomada de bola e subidas ao ataque, principalmente pelo flanco direito, aproveitando-se da boa movimentação do trio Abate-Nocerino-Robinho por aquele setor, apoiados por um Emanuelson (O Manelson) cada vez mais desenvolto na posição de trequartista do time.

Foram necessários exatos 6 minutos para que, em bom passe por elevação de Robinho, Ibrahimovic ajeitasse a bola de calcanhar, para o meio da área e o dono da barba mais intimidadora de todo o meio campo milanista, Antonio Nocerino, batesse, com desvio do zagueiro, no canto esquerdo do gol de Benassi, sem chances para o arqueiro. Esse foi o nono gol do barbudo, novo dono da camisa 22, na atual temporada da Serie A. Sua evolução desde sua chegada ao Milan é inegável, e muito graças a Allegri.

Como esperado, toda a pressão arrefeceu assim que o gol foi marcado e o Lecce teve mais espaço para trabalhar, embora não oferecesse perigo de fato ao gol de Abbiati. A verdade é que o Milan, ao contrário do time que terminou o primeiro tempo na citada partida do 1º turno do campeonato perdendo por 3 gols, manteve o controle do jogo durante toda a partida, se mostrando um time maduro e objetivo. Assim, a vantagem foi mantida até o intervalo do jogo.

A segunda etapa trouxe consigo uma ótima sequencia de defesas do arqueiro do Lecce, Benassi. Forma pelo menos 3 defesas daquelas dignas de palmas, que mantiveram o placar inalterado, mesmo com as diversas oportunidades criadas. Abbiati, por seu lado, também mostrou reflexos em chute de longa distância de Bojinov.

O segundo gol do Milan aconteceu quando o Lecce já demonstrava algum interesse em empatar. Aos 65 minutos, Robinho, preciso novamente, cruzou para a pequena área e seu sósia holandês Emanuelson ajeitou de cabeça para a meia lua e Ibrahimovic, sem marcação alguma, teve tempo de correr, ajeitar a chuteira e acertar uma sapatada de direita que estufou as redes de Benassi com direito a barulho nos ouvidos do arqueiro.

Com o placar garantido, Allegri promoveu as entradas de Aquilani e El Shaarawy nos lugares de Muntari e Robinho, respectivamente. O meia italiano teve chance de mostrar que o talento ainda está lá, apesar de ter passado muito tempo na enfermaria. O atacante também teve bons momentos, mas justificou a titularidade indiscutível de Robinho com lances de preciosismo desnecessário, que, olha a novidade, gerou diversas reclamações de Ibrahimovic.

O resultado alcançado elevou o Milan aos 57 pontos conquistados e, com o novo empate da Juventus (que invencibilidade...), o rossonero reina absoluto, com dois pontos de vantagem sobre  la vecchia signora e agora mais perto do que nunca do scudetto. O Lecce, por seu lado, permaneceu com 25 pontos e é o primeiro candidato na zona de descenso. 

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