Por Rodrigo Moraes, @rdrmoraes
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Este rapaz na foto deve estar, no mínimo, se borrando de medo |
Ficou claro o porquê do Milan ser, novamente, protagonista? Pois é. Todos estão de acordo que esse confronto Barcelona x Milan receberá toda atenção do mundo, já que são 11 títulos de UCL se enfrentando pela terceira vez essa temporada. Agora, todavia, em uma fase diferente, com mais responsabilidades e pressão por resultado.

Massimiliano Allegri e Umberto Gandini, diretor do Milan presente ao sorteio, resumiram a sensação que é da maioria. Essas partidas deveriam ser, na verdade, jogadas na semifinal, e não nas quartas. Antecipando uma fase, a sorte, ou falta dela, presenteou os amantes do futebol com duas partidas da mais alta qualidade das diferentes filosofias do velho esporte bretão.
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Ah, o sempre lotado Milan Lab... |
O grande problema, e agora vamos ao Milan, é a quantidade de gente que o Milan Lab tem deitado em suas macas, paquerando sua enfermeiras que devem gostosas ao extremo, já que ultimamente as lesões andam acontecendo aos lotes. Na temporada toda, nunca menos de 6 atletas estiveram indisponíveis. Claro que não se pode contar os casos de FantAntonio Cassano e Gennaro Gattuso, que são clínicos e mais sérios. Aliás, o camisa 8 de Milanello retornou as atividades futebolísticas nesse sábado, contra o Parma.
Todavia, com esse problema de ter um plantel a conta a sua disposição, Allegri tem levado, juntamente com os "sobreviventes" o Milan ao máximo de sua capacidade nessa temporada. A liderança na corrida pela Scudetto, com 4 pontos de vantagem sobre a indefectível Juventus (invencibilidade inútil, diga-se de passagem com 14 vitórias e 14 empates em 28 jogos) e uma belíssima marca de 57 gols marcados e 22 sofridos. Destaque, lógico, para Ibrahimovic, com 20 gols marcados na Serie A e 27 na temporada 2011/2012 (em um total de 30 jogos disputados).

Domesticamente falando, o Milan está bem. Ao contrário do Barcelona que, atualmente, está 8 pontos atrás do Real Madrid no Campeonato Espanhol da atual temporada. O grande problema é que, quando se fala em UCL, o time culè é referência: Na fase oitavas de final, a vítima do blaugrana foi o Bayer Leverkusen. O resultado agregado foi de 10 X 2, com direito a um 7 X 1 na volta, em jogo no Camp Nou com direito a 5 gols de Lionel. Aquele Lionel alguma coisa... No mínimo assustador.
Enquanto isso, no reino de Silvio il cavaliere Berlusconi, após a sonora vitória em San Siro por 4 X 0 sobre o Arsenal, a letargia tomou conta de praticamente todo o time em Londres e o agregado, graças, e muito, a defesas milagrosas de Abbiati, o placar foi 4 X 3 a favor dos rossoneri. Ibrahimovic, que fez um gol e deu duas assistências na ida em San Siro, além de ter marcado 5 gols em 7 jogos na Champions atual, parece ter esgotado seu estoque de boas atuações pelo Milan na UCL, após um fail sensacional no já citado jogo de volta.

Dependendo da sua orientação hidrográfica a respeito do maldito copo, o resultado deste sorteio pode ser o inferno ou o paraíso. É mais simples encarar com pessimismo, olhar para a atual fase do time espanhol (fase essa que dura mais de 3 anos) e de seus principais jogadores, comparar com o provável time milanista que será escalado e chorar. Olhar para as partidas da fase de grupos e amaldiçoar. Isso é simples, e é o que quase todos estão fazendo.
A alternativa é, claro, levar em consideração tudo que foi dito no parágrafo anterior, ter a certeza da dificuldade de passar para as semifinais e acreditar que, caso isso aconteça, o Milan se torna favorito direto ao título. Da mesma forma que foi com a Internazionale de José Mourinho em 2009/2010. O time nerazzurro do lusitano só recebeu a pecha de "candidato direto ao título" quando venceu, numa retranca de dar gosto, o mesmo Barcelona por um gol de diferença no agregado.
Enquanto o otimista e o pessimista discutem sobre a água no copo, eu prefiro o oportunista. São dois confrontos difíceis, mas que a vitória pode ser alcançada por empates. Claro que o Milan não é a Juventus, a especialista em empates na Itália, mas o resultado agregado, nesta circunstância, é muito mais importante.
