Por João Pedro Almeida (@tdsobreocalcio)
Após ter eliminado o Milan, o time romano pegaria na final uma Inter que passara pela Sampdoria na fase semi-final. Por todas as circunstâncias, devemos destacar o favoritismo do time de Milão, afinal, na temporada anterior, ele havia ganho o scudetto, com a Roma em segundo e tudo se encaminhava para que o campeonato daquele ano tivesse o mesmo fim (e teve).
O time romanista tinha excelentes jogadores em seu plantel. Enquanto Totti voava, jogadores como Pizzarro, Vucinic, Aquilani e Juan viviam o auge de seu desempenho técnico. Porém, o favoritismo da Inter se baseava no fato de seu time ser muito melhor, apesar de seu adversário. Crespo, Stankovic, Recoba, Cambiasso e outros jogadores faziam do elenco interista o melhor da Itália.
Além de tudo isso, o segundo e decisivo jogo aconteceria com o mando de campo da Inter, portanto, à Roma não restava outra escolha a não ser tentar "matar" a Coppa logo no primeiro jogo.
Apesar de todas as adversidades, o início foi animador para os romanistas no Stadio Olimpico. O time, ou melhor, Totti, precisou de apenas um minuto para abrir o placar e encher de esperança uma empolgada torcida giallorossa.
Todos descobriram que o gol não foi um lapso quando, quatro minutos depois, Mexés pegou de primeira após cobrança de escanteio e a bola desviou levemente em De Rossi para encontrar as redes. Para um time que não entrava como favorito, era algo muito animador e inesperado e, parecia que sairia uma goleada.
Não só parecia como foram precisos dez minutos para que virasse. Isso porque, aos dezesseis minutos de jogo, Perrotta fez três a zero e transformou o que parecia um fato isolado em uma iminente goleada.
Porém, não podemos esquecer que a Inter era o melhor time da Itália na época. Todavia, Pizzarro esqueceu e recuou de forma absurdamente displicente para o goleiro e Crespo, como o bom artilheiro que sempre fora, se aproveitou de tal bobeira e driblou Doni para dar alguma esperança ao torcedor interista, que confiava no time que tinha.
Para tratar de frear a possível reação do adversário e ainda transformar de vez em goleada (sem a discussão do "3 a 0 é goleada ou não?"), Mancini marcou o quarto ainda ao 30 da primeira etapa. Mesmo ainda no primeiro jogo, o título ficava cada vez mais próximo. O resultado manteve-se assim até o intervalo.
Diante de um resultado desastroso, o técnico Roberto Mancini devia pensar que não dava para piorar. Mas piorou. Em cobrança de escanteio, Panucci conseguiu uma cabeçada certeira no ângulo do gol adversário para fazer o quinto da Roma.
A meta da Inter era fazer o máximo de gols para poder chegar com chance ao segundo jogo, em sua casa. E Crespo (sempre ele) ainda fez o seu segundo na peleja. Apesar do gol, o resultado já estava definido, assim como o título. Panucci ainda tratou de dar números finais à partida, aos oitenta e nove.
Um seis a dois histórico contra um time memorável foi um dos resultados mais expressivos da história recente da Roma. A Inter ainda ganhou por 2 a 1 o segundo jogo, que só existiu para cumprir tabela, afinal, aquele título ficou com facilidade na capital.
