
No Derby d’Italia, considerado o maior do futebol italiano, venceu quem jogou mais organizadamente, e foi mais eficiente no ataque, a Juventus.
A Internazionale de Claudio Ranieri veio taticamente no habitual 4-3-1-2, contando com um Maicon e um Sneijder dispostos a conquistarem os três pontos. Mas ambos não contavam com a inoperância de Pazzini, Zárate e Castaignos. De que adianta criar mais e mais chances de perigo real de gol, sendo que não há ninguém para que coloque a bola no fundo do barbante? Foi isso que aconteceu com o time do irritado Massimo Moratti.
Já a líder da Serie A, comandada pelo ex-jogador juventino, Antonio Conte, que adora inventar, mas que dessa vez fez o simples, escalando o 4-3-3, que sem a bola variava para o 4-1-4-1, devido a volta dos wingers e o aprofundamento de Pirlo entre a zaga. Não teve a sorte de contar com um Matri em dia de Matri, mas viu um Marchisio inspirado e que soube aproveitar os espaços que os nerazzurri lhe concediam.
Um primeiro tempo muito bom, bem equilibrado. Com uma Internazionale mais efetiva no ataque, principalmente no lado direito, com Maicon, fazendo tabelas com Zárate, Sneijder e/ou Zanetti. Mas a mesma Internazionale, quando perdia a bola no ataque, via uma Juventus muito veloz e com qualidade na saída de bola, com os laterais e wingers, contando com o “elemento surpresa”, Marchisio.
Já na segunda etapa, um jogo totalmente distinto. Fraquíssimo tecnicamente, e com poucas chances reais de gols. Dava até sono de acompanhar a partida no Giuseppe Meazza.
Ranieri sabe-se lá o porque, sacou Zárate, para a entrada de Castaignos. Ao invés de melhorar, piorou. O jovem holandês não conseguiu se quer fazer uma jogada em cima de Barzagli. Sneijder, sem estar 100%, saiu para a entrada de Álvarez. Pouco pode acrescentar o argentino, já que quando recebia a bola, ninguém se apresentava para fazer tabelas, ou até mesmo lançamentos. Maicon já não apoiava como antes, já que tinha de ficar atento no veloz Estigarribia. Resultado: a Inter não conseguiu o empate em casa.
A Juventus voltou dos vestiários a fim de segurar a vitória e quem sabe, fazer um golzinho no contra-ataque. Para isso, Conte colocou Estigarribia no lugar do apagado Matri, centralizando Vucinic no ataque, pouco mudou. Ganhou mais velocidade, mas como não ia muito ao ataque, tiveram poucas chances de ampliarem o placar. Na etapa final, o 4-1-4-1 ficou mais claro de se observar, já que os wingers quase não se alinhavam ao atacante, e sim aos meias-centrais.
A Juventus mostrou para a Inter que “terá que comer muita polenta ainda para melhorar”. Há muito a ser feito por Moratti, por Ranieri, pelos jogadores, enfim, por todos. Contratar é preciso, mas é necessário também um time mais “vivo” dentro de campo, mais eficiente, e menos dependente de Maicon e Sneijder.
Já a Juventus só tende a melhorar. Basta Conte não querer inventar muito, manter um padrão de jogo.


