Paciência

Por João Caniço
Marchisio comemora seu gol nesse 2 a 0 sobre o Cesena: ele é sem dúvidas o grande jogador dessa Serie A

Conte tinha dado antecipadamente o repto. O jogo com o Cesena é um daqueles onde se tem muito a perder e nada a ganhar. Previsão certíssima. Durante 72 longos minutos os adeptos bianconeri questionavam-se: como transpor a muralha que havia se transformado o veterano Antonioli? A resposta sintética encontra-se no título deste texto.

O desafio foi de sentido único. Pouca história, portanto. Juventus com domínio quase total, enorme diferença na posse de bola e muitas chances de gol desperdiçadas. Pazienza estreou como titular, beneficiando-se da ausência do castigado Pirlo. Fazendo jus ao nome e à exibição juventina actuou como um verdadeiro relógio suíço, inexcedível no passe cadenciado para o dinâmico Vidal e para o versátil Marchisio. Apesar da boa prova, não fez esquecer o habitual maestro. 

Em tarde francamente desinspirada esteve Matri, completamente desastrado na finalização, acabando por não surpreender a precoce entrada de Quagliarella para o seu lugar. Pepe não conseguiu voltar a ser decisivo como nas últimas partidas e o próprio Vucinic mostrava-se algo fatigado, saindo também cedo da partida para dar lugar ao azarado Del Piero, vítima de entrada assassina de Rossi. Il capitano não ganhou para o susto. Teve que sair de imediato e passar pelo hospital onde foi suturado com oito pontos na cabeça.

O lance que envolveu a lesão de Del Piero acabou por ser apenas um exemplo da péssima arbitragem realizada pela equipa liderada por Doveri. Falta claríssimas que se transformaram em escanteios.Escanteios que passaram a tiros-de-meta. Barreiras a cinco-seis metros das marcas onde se cobravam as faltas. De tudo um pouco se viu, mas quem assistiu ao jogo certamente se perguntará como é que Rossi conseguiu acabar a partida. Um amarelo é demasiado redutor para quem distribuiu pancada sem o menor pudor. O penalty assinalado a Antonioli e consequente vermelho são ridículos. Não há rigorosamente nada sobre Giaccherini. Em suma, arbitragem péssima. 

Voltando à paciência, merece amplo destaque a forma concentrada como a Juventus atuou até ao gol inaugural. Sem nunca perder a cabeça, nem arriscar demasiado, mais uma prova de grande maturidade. Palavra final para Marchisio, o obreiro que destruiu a muralha. Com um trabalho técnico notável, retirou um adversário da frente, disparando de pé esquerdo, forte e colocado, para mais um gol magnífico. O sexto da temporada e o décimo sexto pelos bianconeri. Lippi afirmou esta semana que Il Principino é um verdadeiro fora de série, ao nível dos grandes meio campistas europeus como Gerrard e Lampard. Corroboro a opinião e complemento: Marchisio é a grande figura da Juventus e do futebol italiano nesta temporada.

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