Era tão óbvio, Allegri... - Análise tática de Novara 0 x 3 Milan

Massimiliano Allegri
Por Rodrigo Moraes

Após a derrota no Derby della Madonnina, na última rodada da Serie A, e da suada vitória na Coppa Italia, que custou ao Milan mais um mês sem Alexandre Pato, o time vermelho de Milão foi campo neste domingo para enfrentar o Novara, pela 19ª giornata, no Estádio Silvio Piola. Os gols da vitória rossonera foram todos marcados no segundo tempo quando, coincidentemente, Allegri corrigiu uma blasfêmia tática que vem repetindo diversas vezes.
Em último colocado na corrida pelo Scudetto e com um aproveitamento ofensivo pífio, o recém promovido Novara demonstra um falta de potência característica de candidatos ao rebaixamento. Comandados pelo técnico Attilio Tesser, i biancoazzurri se postaram no gramado sintético do estádio em um mais que covarde 5-3-2 muito peculiar:
Por seu lado, o Milan veio em seu 4-3-1-2 allegriano de origem, com, de fato, três volantes atrás do “pseudo-trequartista” Emanuelson (carinhosamente apelidado de Manélson). Com peças importantes em ação, como Thiago Silva, Robinho e Ibrahimovic, ao contrário da partida pela Coppa Italia, e sofrendo com escolhas infelizes de seu técnico, armou-se dessa forma, o time visitante:
O padrão de jogo de Milan parece imutável. Com um comportamento blasé e descompromissado, o primeiro tempo não rendeu muitos momentos a serem registrados. A exceção de algumas oportunidades criadas por Ibrahimovic, em cobranças de falta, e de Thiago Silva, em cabeçada após escanteio cobrado pelo lado direito, nada a destacar. O Novara, como seu sistema tático indicava, também se encolheu, aguardando ser agredido. Destaca-se a ótima atuação do arqueiro-mascarado Ujkani e do atacante Caracciolo, não por seu desempenho ofensivo, mas por ter impedido duas chances claras de gols milanistas embaixo da trave.
Para o segundo tempo, o milagre aconteceu. A substituição de Antonini por El Shaarawy fez Allegri recuar Robinho para a armação de jogadas e arrastar Emanuelson (o Manélson) para sua posição de origem, a lateral esquerda. Corrigindo essa blasfêmia tática, o jogo passou a ser muito mais interessante. O comportamento tático do Milan, com a bola, passou a ser um time com dois atacantes abertos pelas pontas, com Ibrahimovic na área, e os volantes, Nocerino e Ambrosini, encostando para auxiliar as ações ofensivas.
Com essas alterações, não levou muito tempo para que Ibrahimovic, aos 57 minutos, em surpreendente passe bem feito de Ambrosini, marcasse seu primeiro gol na partida. Logo depois, aos 73 minutos da etapa complementar, em jogada controversa, Nocerino dominou a bola, com o auxílio do braço, e tocou para El Shaarawy chutar cruzado. Antes de a bola entrar, Robinho escorregou e tocou paras as redes. Verdade seja dita que o pedalada boy só marcou esse gol porque era física e humanamente impossível perder essa chance.
O último gol do jogo foi, no mínimo, interessante. Em arrancada pela esquerda, El Shaarawy entrou na área do Novara e tentou cruzar. O goleiro Ujkani fez corte parcial e Ibrahimovic, sem ao menos olhar para trás, tocou para as redes, chegando aos 14 gols na competição.
A vitória serviu ao Milan, que com 40 pontos permanece a apenas um da líder Juventus e deve ter servido para que Allegri perceba, definitivamente, que Emanuelson não é, e parece que não será, trequartista. Quanto ao Novara, um time com tantos trocadilhos reunidos não merece respeito, e permanece na última colocação, com seus míseros 12 pontos.

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