Balde de Acquafresca

Por Arthur Barcelos para o site Internazionale Brasil

Quando a fase não é boa, o time cai até mesmo para um dos seus principais fregueses. A Inter não perdia para o Bologna, no Giuseppe Meazza, desde 1998, enquanto, contando os jogos em Milão e na Emília-Romanha, fazia 10 anos de invencibilidade nerazzurra. Foi contra esse mesmo Bologna que Ranieri havia feito sua estreia, e contra esse mesmo Bologna o técnico poderá ser demitido do clube – o que seria difícil agora, mas tamanha irritação de Moratti com o resultado, pode se esperar tudo, até mesmo que o romano fique.

Moratti saindo do Meazza aos 20' do segundo tempo: "Peço desculpas a todos"
Assim como foi contra o Novara, a Curva Nord vaiou o time no final do primeiro tempo, e ainda mais no final do jogo. Seja criticando os jogadores, seja pedindo a cabeça de Ranieri, seja pedindo para Moratti se afastar da presidência – assim como em 2004, quando o ídolo Giacinto Facchetti assumiu, até o ano de sua morte, em 2006.

A falta de planejamento é, talvez, a principal causa de toda essa crise. Tudo por causa das saídas de José Mourinho e, principalmente, Gabriele Oriali, o responsável pelas contratações e o intermediário entre o técnico/jogadores e a diretoria. Sem o ex-jogador nessa função, Marco Branca foi “forçado” a assumi-la, e os resultados mostraram que isto não foi correto.

Esse trio fez a diferença nas temporada 2008/09 e 2009/10. Mas principalmente Mourinho e Oriali, que fizeram um bom planejamento, e Moratti "apenas" bancou o projeto
Quanto ao jogo, não há muito o que discutir. Uma partida bem semelhante como Inter 0-1 Novara. Onde os nerazzurri tiveram o domínio da posse de bola, mas não transformaram isso em gols. Foram 15 finalizações, dessas, apenas cinco “no alvo”, todas defendidas pelo goleirão Gillet – “imitando” Benassi, Viviano e Ujkani. A derrota é a terceira seguida na Serie A, sendo que a Inter não vence a seis jogos – contando a Coppa Italia.
Para o confronto, Ranieri optou pelo 4-2-3-1. O que não deu muitos resultados, já que o time não conseguia ter o equilíbrio que geralmente o sistema proporciona. Tanto que, aos 35′ o time se reposicionou no 4-3-2-1. Ainda no período de transição do esquema, o Bologna aproveitou e “matou” o jogo, com dois gols em dois minutos, 37′ e 38′.

O primeiro veio após cobrança de lateral de Morleo, que lançou Ramírez, o uruguaio se livrou de Lúcio e tocou para o meio da área, a defesa afastou mal e a bola sobrou para Pérez, o volante tocou para Di Vaio, livre de marcação, que cortou Nagatomo e finalizou no canto esquerdo de Júlio César.
Di Vaio foi lançado nas costas de Ranocchia que facilitou a vida do veterano atacante quando dominou com o peito e perdeu na velocidade, o camisa #9 com toda a categoria que tem ajeitou e fuzilou, novamente no canto esquerdo de Júlio César.
Na segunda etapa a Inter continuou em busca do gol, porém sem calma e categoria isso tornou-se impossível, mesmo com as entradas de Poli e Castaignos. Já no final do jogo, veio o golpe final. Acquafresca, em jogada pela direita, incrivelmente passou por quatro jogadores nerazzurri (Nagatomo, Ranocchia, Poli e Lúcio) com duas simples fintas, cara a cara com Júlio César o atacante não perdoou e deu números finais na humilhação. Obs.: Acquafresca é “cria” da base da Inter, porém nunca teve uma chance real no time do Meazza.

Agora a Inter terá pela frente, nada mais nada menos as oitavas de final da UEFA Champions League. Onde, na quarta-feira enfrentará o Olympique Marseille, em Marselha, que não perde desde novembro na temporada (Ligue 1, Coupe de la Ligue e UCL).
Além da humilhação em pleno Giuseppe Meazza, a Beneamata caiu para a sexta colocação, tudo porque o Napoli bateu a Fiorentina por 3-0, na Toscana. E a Roma ainda entrará em campo, podendo ultrapassar a Inter.
Ficha Técnica:

Local: Estádio Giuseppe Meazza (Milão-Lombardia-Itália)
Data/Horário: 17 de fevereiro, sexta-feira, às 17h45 (de Brasília)
Árbitro: Antonio Damato; Assistentes: Niccolai e Musolino; Quarto: Doveri
Cartões amarelos: Sneijder (Inter), Diamanti (Bologna)
Gols: Di Vaio (Bologna), aos 37′; Di Vaio (Bologna), aos 38′; Acquafresca (Bologna), aos 85′

Inter (4-2-3-1/4-3-2-1): Júlio César, Maicon, Lúcio, Ranocchia, Nagatomo; Zanetti, Cambiasso; Faraoni (Castaignos), Sneijder, Forlán (Poli); Pazzini;
Não utilizados: Castellazzi, Chivu, Palombo, Obi, Zárate;
Técnico: Claudio Ranieri.

Bologna (3-4-2-1):Gillet; Raggi, Portanova, Antonsson; Garics, Pérez, Mudingayi, Morleo; Ramírez (Kone), Diamanti (Taïder); Di Vaio (Acquafresca);
Não utilizados: Agliardi, Cherubin, Rubin, Pulzetti;
Técnico: Stefano Pioli.

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