Bom, apesar de pouco

Por João Caniço

Só o tempo o poderá confirmar, mas creio que a Juventus se reforçou com qualidade no mercado de Inverno, garantindo maior leque de opções que asseguram acréscimo de disponibilidade para variantes táticas e, igualmente significativo, diminuiu encargos salariais com a saída de vários pesos pesados que não contavam para Conte.

Efetivamente, são apenas três os reforços nesta janela de mercado: CáceresPadoin e Borriello. Um zagueiro, um meio campista e um atacante, ou seja, um regresso, um velho conhecido de Conte e uma paixão antiga. Comecemos então pelo uruguaio. A sua contratação vai aumentar bastante o leque de opções no setor defensivo visto que tem capacidade para actuar com qualidade no eixo da defesa e na lateral direita. Partindo do princípio que Lichtsteiner, Barzagli e Chiellini são praticamente indiscutíveis, sobra uma vaga para Bonucci, De Ceglie e Cáceres. Uma boa dor de cabeça para o treinador juventino

Apesar dos nítidos progressos de Marrone, Conte achou por bem reforçar o meio-campo de forma  a compensar a saída temporária de 
Pazienza e a verdade é que Padoin acabou por ser a escolha em detrimento de nomes mais cotados como Palombo ou Montolivo. É seguramente um jogador sólido, que já trabalhou com Conte na Atalanta e que pode também atuar no flanco esquerdo. Muitos fatores a pesar positivamente na sua vinda para Turim ao contrário de Borriello, catalogado de mercenário por parte significativa dos tifosi bianconeri. É provavelmente a contratação de maior risco neste mercado. Só gols e boas exibições poderão fazer com que a Juventus acione a opção de compra. Tenho muitas dúvidas do seu desempenho. Oxalá que me engane e confirme ser uma boa alternativa a Matri e a Quagliarella.

As saídas definitivas de 
Amauri e Toni vêm aliviar bastante a massa salarial do clube. Depois do ítalo-brasileiro recusar todas as hipóteses de transferência no mercado de Verão, os bianconeri cederam  a preço simbólico o seu passe à Fiorentina, vendo-se finalmente livres de um profissional complicativo, minimizando os efeitos de um negócio verdadeiramente ruinoso para as finanças da società. Quanto ao campeão do mundo, a idade não perdoa e terá uma reforma dourada e descontraída no futebol das arábias. 

Diferente parece ser o caso de 
Iaquinta, jogador bastante apreciado pelos tifosi, devido à garra e abnegação com que enverga a maglia bianconera. A cedência temporária ao Cesena pode relançar uma carreira em perigo pela quantidade absurda de lesões e problemas físicos que tem sofrido nos últimos anos. Um regresso a Turim para a próxima temporada não está assim colocado de parte. Poucos acreditariam que após rubricar exibições verdadeiramente desastrosas na temporada passada, o passe de Motta fosse adquirido pela Juventus. Incrivelmente assim sucedeu, embora também não seja de surpreender o empréstimo ao Catania, consequência lógica para quem não atuou um único minuto nesta temporada.

De destacar ainda a venda de metade do passe de 
Immobile ao Genoa, embora o ponta-de-lança formado na Juve continue a atuar por empréstimo no Pescara até final da temporada. Ciro lidera a tabela dos marcadores na Série B com 17 golos e não sei até que ponto teria sido preferível declinar a oferta do Genoa, apostando de imediato no seu regresso ao plantel juventino em detrimento da vinda do contestado e irregular Borriello. Merece ainda referência a aposta no jovem centrocampista Bouy, jogador da seleção holandesa de base.

Para terminar ficam legítimas interrogações sobre as situações de 
GrossoKrasic e Elia. O lateral-esquerdo terá preferido continuar a usufruir de elevado salário até final da temporada, altura em que o seu contrato expira, do que transferir-se para um clube de menor nomeada. Quanto aos dois extremos estão também entre os mais bem pagos do plantel, foram apostas caras e as perspectivas de virem a ser utilizados com frequência por Conte na segunda metade da temporada são diminutas. De relembrar que o sérvio foi a grande figura da Juventus na temporada passada e o holandês brilhou na última Copa do Mundo. Esperava-se em Agosto passado que viessem a ser donos e senhores das faixas ofensivas da vecchia signora. Em vez disso são, de longe, as maiores desilusões da época juventina.








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