A melhor defesa é o ataque? - Análise Tática de Inter 2 x 1 Lille

Texto de Arthur Barcelos para o site A Prancheta

Em novo confronto entre Internazionale e Lille, dessa vez no Giuseppe Meazza (Itália). E novamente, domínio francês durante boa parte da partida, porém mais uma vitórianerazzurra. Assim tem sido conquistadas as (poucas) vitórias na temporada do time comandado por Claudio Ranieri. Vence, mas não convence.

Taticamente, o técnico italiano armou seu time no habitual 4-3-1-2, permitindo a criação das jogadas, mas sem deixar espaços para o Lille finalizar. As principais jogadas saíram em contra-ataques procurando sempre Diego Milito e Zárate. E quando foi ataque, finalizava melhor que o time francês, como pode ser observado nos números: sete finalizações certas da Inter, e apenas quatro dos visitantes.

Já o Lille, inicialmente no 4-4-2, com Sow e Jelen no ataque, e Hazard e Joe Cole dewingers. Porém Sow procurava sempre cair pelos lados, ou até mesmo aparecer por trás de Jelen, variando para o 4-2-3-1, e às vezes, um 4-1-4-1, quando Pedretti se alinhava aos meias, deixando Mavuba mais fixo. O time de Rudi Garcia tinha mais a posse de bola, tocava a bola no campo adversário, porém não conseguia penetrar no forte bloqueio nerazzurro. E o interessante do 4-2-3-1, era a linha com os três meias, muita movimentação por parte deles, como deveria ocorrer com os outros 4-2-3-1′s que são utilizados, para que as jogadas não fiquem previsíveis. As variações que o Lille sofreu de acordo com o momento do jogo podem ser observadas no vídeo a seguir:

Já na segunda etapa, mudanças nos franceses: saiu Jelen, Sow e Joe Cole, para a entrada de Túlio de Melo, Obraniak e Payet. Com a mudança, o time ganharia mais em presença de área, podendo os meias terem uma referência para os levantamentos na área e as tabelas, utilizando-se do camisa 9 como pivô. Talvez essa era a intenção de Rudi Garcia, mas não foi bem o que aconteceu. O Lille ficou mais previsível, fácil de marcar, e já não se criava como antes. Tanto que tomou o 2 a 0. Depois de Zanetti fazer fila na defesa, o capitão do time cruzou na área e Diego Milito desviou para o gol.

Ranieri, imediatamente após o gol de Diego Milito aos 65 minutos, sacou Sneijder, colocando Álvarez. Com isso, saiu do 4-3-1-2, passando para o 4-4-2, onde Cambiasso abriu na esquerda para bloquear Debuchy, o lateral mais “ofensivo” do Lille, enquanto Álvarez foi para a direita. Posteriormente colocou Pazzini no lugar de Zárate, e nada mudou em relação ao esquema.

O Lille não produzia tanto, mas soube aproveitar a presença da área de Túlio de Melo, que aos 83 minutos, depois de falha de Stankovic e Lúcio, só teve o trabalho de tocar por cima de Castellazzi, fazendo 2 a 1. A partir daí, o Lille pressionou um pouco mais, buscando o gol de empate, mas sem sucesso. Enquanto Ranieri fechou o meio campo, quando Obi entrou no lugar do aplaudido Diego Milito, armando um 4-5-1 (4-1-4-1).

E mais uma vez, a Internazionale mostrou para o Lille que não basta dominar a partida, é preciso finalizar, e com eficiência. O problema é que nem sempre o time de Ranieri consegue mostrar isso. Quase nunca, na verdade.

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