Por João Pedro Almeida, @tdsobreocalcio
Contexto: final da Copa UEFA de 1889/1990.
1° jogo:
Para ambas as equipes, tudo aquilo era muito mais que uma final. Clubes emergentes no cenário europeu, Napoli e Stuttgart duelavam em busca de um título inédito.
Tudo era diferente. A pressão de uma final de competição europeia, o clima, tudo aquilo que cercava a tão aguardada peleja era uma bela novidade para os dois times. Porém, pelo menos para o Napoli, a torcida tratou de facilitar. Mais de oitenta mil torcedores apaixonados lotaram o San Paolo para incentivar o time de Ottavio Bianchi rumo ao título.
Sob a batuta de Maradona, aquele time napolitano provavelmente foi o melhor que o clube já teve. Além do craque argentino, iam para aquela partida jogadores importantes como os brasileiros Careca e Alemão, além de craques da seleção italiana como De Napoli, Ferrara e Carnevale.
Do lado alemão, um time menos brilhante, mas igualmente perigoso. Immel, Buchwald e Walter eram os destaques do plantel, ao lado de um certo jovem promissor, mas que já era protagonista. Um tal de Jurgen Klinsmann.
Com certeza entrar em campo ao som de uma torcida como a do Napoli arrepiava. Aquela era a oportunidade de ouro para coroar com um título europeu uma era que marcou época: a era Maradona.
Quando o jogo começou, o estádio seguiu agitado. Porém, um "napolitano" calou a torcida dos partenopei. Contraditório, não? Não. O fato era que Maurizio Gaudino, alemão com ascendência italiana (seus pais nasceram em Nápoles), abrira o placar para o time alemão, em pleno San Paolo.
Foi aí que o planejamento desandou. Um time histórico entrava como favorito em uma final inédita e perderia em sua própria casa? Afinal, o Napoli eliminara times como Bayern de Munique e Juventus, enquanto o Stuttgart não havia pegado nenhuma "pedreira" em seu caminho. Talvez isso tenha mexido com os brios dos jogadores napolitanos (com exceção de Gaudino, é claro).
Com isso, a pressão alemã seguiu até o fim da etapa, porém, para a sorte dos italianos, esta pressão não se converteu em gols. Era a hora do técnico entrar em ação. O experiente e vitorioso Ottavio Bianchi deve ter visto o péssimo desempenho de seu time e falado alguma coisa no intervalo. Não sabemos o que, mas alguma coisa ele falou.
Tanto é que o time que jogou o primeiro tempo não voltou para o segundo. O apático time azzurri visto na primeira etapa deu lugar a um time motivado e eficiente. Com um bom poder de criação e com Maradona no comando, o time chegava, mas não marcava. Careca e Carnevale, os donos do ataque, desperdiçavam chances e esbarravam no goleiro Immel. Porém, foi necessário um pênalti para que tudo mudasse. Pênalti este convertido pelo "Pibe".
O empate dava uma certa folga, mas ainda não era bom o suficiente. Afinal, ter que disputar o jogo decisivo no Neckarstadion, em Stuttgart, sem a vantagem da vitória não seria uma situação muito confortável. Por isso, o time seguiu em cima. Todavia, assim como acontecera no início do segundo tempo, apesar de tomar as rédeas da partida, o time não conseguia marcar.
O jogo ia se encaminhando para o fim e o empate ia se concretizando. Foi aí que entrou o fator Careca. O brasileiro, um dos destaques da equipe e da temporada italiana, entrou de fato em ação aos 87 minutos, quando, após muita persistência, marcou um gol salvador, para levar o Napoli com vantagem até a Alemanha.
A peleja persistiu assim até o final, o que deu mais tranquilidade aos napolitanos. Pelo menos até o início do segundo jogo, que você pode ver aqui.
