Titubeante

Por João Caniço

A Juventus entrou em campo pressionada pouco depois de o Milan ter despachado o Palermo na Sicília por quatro a zero. Sem Pepe e Vidal, Conte arriscou um quase inédito 4-4-2 com Padoin e Giaccherini sobre as faixas e a dupla atacante a ser formada por Vucinic e Matri. A exibição bianconera foi pobre, sendo notória a falta de condicionamento físico e a frágil capacidade de envolvimento ofensivo, ou seja, pouca dinâmica. Apesar de invicta, é o quinto empate caseiro da vecchia signora perante equipas de menor porte. Preocupante.

A mudança táctica não trouxe grandes resultados práticos já que o Chievo apresentou-se bastante organizado e concentrado, reduzindo com efetividade os caminhos para o gol de Sorrentino que, das poucas vezes que foi chamado a intervir, se mostrou eficaz e seguro. Perante este cenário truncado lá surgiu o pé direito mágico de Pirlo para desbloquear a situação. Falta cobrada de forma exímia para Chiellini raspar na bola, levando a mesma a esbarrar no poste e a encaminhar-se na direção de De Ceglie que, em posição duvidosa, não se fez rogado e bateu de cabeça com sucesso. Quase um gol caído do céu.

Apanhados em desvantagem os gialloblù adiantaram ligeiramente as suas linhas, equilibrando a partida a meio-campo e criando uma ou outra situação de perigo. Nada digno de registo, pelo menos até ao intervalo. Do lado juventino há de se destacar um remate cruzado de Padoin para ótima estirada de Sorrentino, a tremenda desinspiração de Vucinic e a saída forçada de Barzagli devido a lesão muscular.

vecchia signora entrou bem no recomeço, parecendo querer dar mostras de resolver rapidamente a questão. Porém, o entusiasmo inicial foi-se esbatendo e, a pouco e pouco, o Chievo foi-se tornando mais contínuo no ataque à baliza de Buffon. As ameaças sucediam-se e Conte entendeu por bem ao voltar ao esquema de três zagueiros, fazendo entrar Cáceres, retirando Marchisio e, pasme-se, deixando em campo o letárgico Vucinic, vaiado sem compaixão pelos tifosi cada que vez que tocava na bola.

A substituição nada resolveu, bem pelo contrário. A Juventus recuou em demasia, colocando-se a jeito e acabou, naturalmente, por sofrer o gol da igualdade, numa transição rápida da formação de Verona, beneficiando de falhas de marcação graves do setor defensivo bianconero, materializado pelo cruzamento de Dramé, não obstante o esforço de Bonucci, verdadeiramente patético na tentativa de corte, acabando apenas por confirmar o gol.

Em desespero, Conte lançou Del Piero para o final. Uma ou outra deambulação de il capitano e um tiro de Pirlo, superiormente parado por Sorrentino, foram insuficientes para evitar a perda de dois preciosos pontos. O treinador juventino tem muitas ilações a retirar desta partida. O confronto da próxima quarta-feira, em Bologna, para acerto de calendário, assume contornos de decisivo.

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